Review de Deliver At All Costs: caos, entrega e nostalgia dos anos 50 em um pacote cativante
Entregas caóticas, humor absurdo e charme retrô fazem de Deliver At All Costs uma aventura única e divertida nos anos 50.
REVIEWS


Se você já se perguntou como seria ser um entregador nos anos 1950 — mas com missões completamente insanas e uma vibe meio “desencana da lógica” — então Deliver At All Costs pode ser a surpresa mais divertida do seu ano. Com visual retrô, câmera isométrica e uma boa dose de humor absurdo, o game entrega (sem trocadilhos) uma experiência caótica e cativante.
Uma história simples, mas cheia de personalidade
Apesar de não exigir uma trama elaborada para funcionar, o jogo nos apresenta a Winston Green, um sujeito atolado em dívidas e pronto para qualquer trampo. Seu destino cruza com a Viva Entregas, uma empresa peculiar onde o serviço é tão imprevisível quanto os personagens ao redor. Harald, o dono da firma, simpatiza com Winston — o que já não pode ser dito do seu filho, Donovan.
A narrativa é leve, com momentos exagerados que abraçam o nonsense proposital do jogo. Ainda que nem todos os personagens agradem, a história consegue surpreender com situações inusitadas que não tentam se levar a sério, e isso funciona. A dublagem ajuda bastante a dar vida às cenas, embora a ausência de legendas em algumas cutscenes possa incomodar quem não domina o inglês.
Missões malucas que são o coração do jogo
Aqui, o jogo realmente brilha. Esqueça entregar pacotes simples — Deliver At All Costs aposta em desafios bizarros que fazem cada missão ser uma surpresa. Um dia você está pintando um peixe (sim, pintando), no outro está guiando balões por uma cidade cheia de rampas enquanto seu carro quase decola.
Essa variedade mantém o ritmo fresco, mesmo com a campanha podendo ser finalizada em cerca de 10 horas. Cada missão tem uma pegada própria, e o jogo nunca deixa o jogador entediado. Há também missões opcionais e segredos espalhados no mapa, mas nem todas são tão bem indicadas ou recompensadoras — um contraste em relação à qualidade das principais.
Condução divertida e câmera atrapalhada
Pilotar é um dos grandes prazeres do jogo. A física exagerada, a direção responsiva e os carros variados tornam as entregas uma diversão só. Algumas situações — como perder uma roda no meio do trajeto e precisar trocar o pneu — dão aquele toque cômico que define o tom geral da experiência.
Mas nem tudo são flores. Quando o personagem sai do carro, o controle se torna truncado e quase dispensável, como um jogo de plataforma mal resolvido. E o maior pecado do jogo: a câmera. Objetos no cenário atrapalham a visibilidade, especialmente à noite. Mesmo com duas opções de ângulo, em alguns trechos é simplesmente difícil enxergar o que está acontecendo.
Personalização, upgrades e limitações
Durante a campanha, é possível adicionar acessórios ao seu veículo. Alguns são essenciais para avançar, outros são mais cosméticos — e nem todos fazem tanta diferença quanto prometem. Um sistema de melhorias interessante, mas que poderia ser mais bem explorado.
O mapa, dividido em três regiões, tem um bom tamanho para o estilo do jogo. No entanto, as telas de carregamento entre áreas quebram um pouco o ritmo de exploração e tiram parte da fluidez.
Vale a pena?
Com certeza. Deliver At All Costs é uma grata surpresa para quem quer algo leve, criativo e fora do óbvio. Ele pode não ter o polimento de um AAA, mas compensa com personalidade, humor e uma trilha sonora encantadora que evoca o charme da década de 50.
Mesmo com seus tropeços técnicos, é o tipo de jogo que te faz sorrir com sua bizarrice e criatividade. Um excelente título para jogar despretensiosamente e lembrar que, às vezes, o simples ato de entregar um pacote pode ser uma aventura épica — e hilária.
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